28 de maio de 2007

Ser pé de Macaíba

Se você conhece um pé de Macaíba, pôde perceber que seu tronco é recoberto de espinhos que se descolam com o passar do tempo. Para quem não conhece a Macaibeira – é uma espécie de palmeira nativa das regiões Mata e Litoral dos Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e norte de Alagoas. Ótima produtora de fibras e amêndoas oleaginosas. Brota e prolifera nos solos das regiões de onde é nativa, sendo pouco aproveitada. No Vale do Cariri, Ceará, o óleo da amêndoa de macaíba é explorado artesanalmente para fins culinários e terapêuticos. Desse óleo, fabrica-se um xarope para vias respiratórias.

Pode-se então perceber certa semelhança entre esta árvore e os seres humanos, nascemos puros, de espírito leve, e ao iniciarmos o nosso aprendizado, passamos por um processo de encrespamento e começamos a criar espinhos para nossa autodefesa. Mas mesmo assim somos capazes de produzir “fibras” boas, e aprendemos com o tempo a deixar alguns espinhos caírem, começamos a “dançar conforme a música” e dar alguns frutos.

Dependendo do nosso grau de maturação começamos a produção de frutos, e se tivermos sido regados e adubados com coisas boas, sentimentos bons, educação adequada, honestidade e amor; os nossos frutos, que são além dos nossos filhos, as nossas ações, serão de boa qualidade, doces e capazes de oferecer o “óleo medicinal”.

Somos cientes que nesta vida TUDO PASSA, tanto as fases ruins quanto as boas. De acordo com a teoria Heraclitiana (Heráclito – Filósofo Grego do Séc. V a. c.) de que: Um homem jamais se banha duas vezes no mesmo rio, pois nem o homem, nem o rio serão os mesmos; tudo flui, tudo está em constante movimento, em evolução.

Nascemos, crescemos, damos frutos e morremos. A questão é: Como vamos passar por estas fases, se vamos apenas “criar espinhos”, sustentá-los impedindo a aproximação do conhecimento, ou se, como eles são inevitáveis, permitir que alguns espinhos caiam para dar oportunidade à vida?, resultando desta escolha a qualidade de nossos frutos.

Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia, fala da capacidade e necessidade que temos de “pensar certo”, e de toda a responsabilidade de passarmos isto adiante. Ser crítico em tudo que faz, e abraçar a questão ética como primordial para nossas vidas. Dar bons exemplos para poder exigir atitudes corretas.

Sendo assim, espero que a consciência crítica se desenvolva em nossas vidas e que nossas “macaíbas” sejam doces.

Veridiana Duarte é contabilista, administradora e estudante de Filosofia

5 de maio de 2007

Super-Receita tenta reduzir sonegação da Previdência

A Super-Receita que começou a operar na quarta-feira unifica dois órgãos de fiscalização do governo - a Secretaria da Receita Federal e a da Previdência. O objetivo é melhorar as condições de fiscalização e arrecadação. A Receita Federal já cuidava da fiscalização da contribuição de alguns tributos relacionados à área social, como PIS, Cofins e CPMF.

Mas agora, a Super-Receita unifica também a fiscalização dos impostos que incidem sobre os salários, a folha de pagamentos. Por traz dessa busca de maior eficiência está a tentativa de reduzir a sonegação da Previdência, cujo rombo nas contas é um dos principais problemas do governo para garantir um maior equilíbrio das finanças públicas.

Havia duas culturas diferentes. A Receita Federal muito mais bem preparada, aparelhada, inclusive do ponto de vista tecnológico, com maior capacidade de cruzamento de informações, de fiscalização. A idéia é que a mesma eficiência chegue à fiscalização da Previdência.

Os contribuintes, as empresas, podem contar com uma fiscalização mais severa, lembrando que boa parte dos recordes sucessivos de arrecadação do governo tem vindo, justamente, da eficiência de arrecadação e de cobrança de débitos da receita Federal. E a unificação da fiscalização na Super-Receita não vai ajudar a diminuir a burocracia.

As documentações a serem apresentadas continuam separadas. Portanto, a fiscalização será mais fácil, mas mudanças burocráticas, segundo sinalização do próprio governo, que facilitem a vida do contribuinte, só virão em um ou dois anos.

Fonte: Classe Contábil